A Origem do Judô
O judô surgiu no Japão em 1882, criado por Jigoro Kano. Ele se inspirou no jiu-jitsu, uma arte marcial usada por samurais, mas retirou as técnicas mais perigosas, como estrangulamentos e golpes traumáticos. Além de ensinar como derrubar e imobilizar o oponente, o judô promove disciplina e respeito em um contexto mais pacífico e educacional.
A Filosofia de Jigoro Kano
Kano introduziu uma filosofia centrada no desenvolvimento do corpo, mente e espírito. Seu lema, "Seiryoku Zenyo" (Máximo Uso da Energia) e "Jita Kyoei" (Bem-estar e Benefício Mútuo), reflete a essência do judô. Para Kano, o objetivo não era apenas vencer um adversário, mas também se aprimorar continuamente e contribuir para a sociedade.
Em suas palavras, o Judô é a “Arte em que se usa ao máximo a força física e espiritual.
O Judô pelo Mundo
No início do século XX, o judô começou a se expandir para fora do Japão, especialmente por meio de estudantes japoneses que viajavam para outros países. A arte marcial conquistou praticantes no Brasil, Europa e Estados Unidos, atraídos tanto pela sua técnica quanto pela sua filosofia.
Durante esse período, o judô passou por um processo de adaptação em diferentes culturas. No Brasil, embora sua prática tenha enfrentado certa resistência inicial, o cenário começou a mudar nos anos 1930, com o crescimento do reconhecimento e popularidade da arte marcial. Em 1969, a criação da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) consolidava oficialmente o judô no país.
Características do Judô
Os judocas usam faixas (chamadas de obi), de cores diferentes para indicar o nível de habilidade. Todos começam com a faixa branca e podem chegar até a preta, que é o símbolo de alta experiência.
Nas competições, os atletas são divididos por categorias de peso, para que as lutas sejam equilibradas e mais seguras para todos.
O objetivo do judô é derrubar o adversário com técnicas que usam a força e o equilíbrio.
Além de derrubar, também existem movimentos para imobilizar o adversário no chão e garantir que ele não consiga se mover até a luta terminar.
Uma das coisas mais especiais do judô é que não é preciso ser mais forte que o adversário. O segredo é usar a força dele contra ele mesmo, aproveitando o momento certo para agir.
Nas competições, quem aplicar um golpe perfeito ganha um ippon, que encerra a luta. Se a técnica for quase perfeita, o atleta ganha um waza-ari. Dois waza-aris equivalem a um ippon.
Mais que um Esporte
Hoje, o judô é praticado por milhões de pessoas em todo o mundo, desde crianças até adultos. Além de ter sido oficialmente reconhecido, em 1964, como uma modalidade olímpica, ele também é usado como ferramenta pedagógica em escolas e academias, consolidando a arte como uma disciplina global e valorizada.
O legado de Jigoro Kano permanece vivo não apenas nos tatames, mas também na vida de quem adota os princípios do judô no dia a dia. Sua prática contínua ensina superação, equilíbrio emocional e respeito pelo próximo, valores fundamentais em qualquer contexto da vida.